terça-feira, 20 de outubro de 2009

Aplicação da pena de morte nos EUA não diminuiu crime.



"A aplicação da pena de morte nos EUA não conseguiu reduzir a violência criminal - é a convicção da maioria das autoridades policiais, segundo um relatório oficial do Centro de Informação da Pena de Morte hoje divulgado.

O relatório conclui que a pena de morte se converteu num desperdício orçamental para os estados que mantêm essa forma de punição criminal.

"Com tantos estados que gastam milhões de dólares para manter a pena de morte e quase nunca ou poucas vezes a aplicam, o castigo converteu-se numa forma onerosa de prisão perpétua", afirmou Richard Dieter, director do CIPM e autor do relatório.

Em muitos casos, a espera da execução pode prolongar-se por mais de dez anos e, actualmente, segundo os dados do CIPM, estão 3297 condenados nos corredores da morte à espera de execução.

Dieter acrescentou que com os actuais défices orçamentais, a pena de morte não pode furtar-se a uma reavaliação, "juntamente com outros esbanjamentos de outros programas governamentais que não têm o mínimo sentido".

O relatório cita o caso da Califórnia, um estado que gasta 137 milhões de dólares por ano com a pena de morte e não realizou uma única execução nos últimos quatro anos.

Na Florida, onde os tribunais perderam cerca de 10 por cento dos seus recursos fiscais, o estado gasta 51 milhões de dólares por ano com a pena de morte .
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Nos últimos anos, 15 dos 50 estados derrogaram ou suspenderam a pena de morte , em face de denúncias de uma aplicação racista desta punição, de se terem cometido injustiças irreparáveis e da ausência, por parte dos acusados, de recursos para uma defesa competente.
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A pena de morte , cuja restauração foi apoiada por 80 por cento da população, viu o seu apoio reduzido a menos de 60 por cento, segundo as últimas sondagens.

Por outro lado, segundo o relatório, um inquérito a 500 chefes de polícia apurou que 57 por cento consideram que a pena de morte não reduz o crime violento, porque os seus autores raramente têm em conta as consequências do crime." (Fonte:DN)

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