"Pequim ameaça Washington com repercussões em questões internacionais e congela contactos militares bilaterais.
A questão de Taiwan está a criar, mais uma vez, tensões entre os Governos de Washington e de Pequim, com este último a decretar uma série de retaliações após o Pentágono ter anunciado uma importante venda de material militar, no valor de 4,3 mil milhões de euros, ao Governo de Taipé.
Pequim garante que a cooperação bilateral em "importantes questões internacionais e regionais será inevitavelmente afectada", alusão velada ao nuclear norte-coreano e do Irão, em que os EUA necessitam da cooperação chinesa.
Enquanto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e prosseguindo uma agressiva estratégia diplomática e económica de afirmação da África ao Pacífico e à Ásia Central, onde em conjunto com a Rússia tem conseguido reduzir a influência dos EUA, Pequim pode agitar o fantasma "das consequências que nenhuma das duas partes deseja", como afirmava ontem o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, He Yafei.
No plano imediato, o Governo de Pequim congelou os contactos militares bilaterais de alto nível e vai aplicar sanções comerciais às empresas envolvidas na venda de 60 helicópteros UH-60 Black Hawk, baterias antimíssil Patriot, mísseis Harpoon e caça-minas Osprey a Taiwan. "A iniciativa americana de vender armas a Taiwan, que é parte integrante da China, representa uma intromissão escandalosa nos assuntos internos chineses e coloca em perigo a segurança nacional da China e os esforços de reunificação pacífica", lê-se no comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês que anunciou as sanções.
"A decisão de vender armamento a Taiwan (...) contribui para a segurança e para a estabilidade no estreito da Formosa", declarou, por seu lado, um porta-voz do Departamento de Estado americano. Pequim mantém um forte dispositivo militar na zona costeira face a Taiwan, no qual se incluem mais de mil mísseis. De forma recorrente, Pequim ameaça com sanções e retaliações os EUA sempre que está em causa a vendas de equipamento militar a Taipé. Estas contemplam apenas equipamentos defensivos, tendo a mais recente entrega ocorrido em Outubro de 2008. Na altura, Pequim também retaliou com a suspensão dos contactos militares com os EUA.
A venda tem ainda de ser analisada pelo Senado americano no espaço de 30 dias. A venda concretizar-se-á caso não sejam levantadas objecções." (Fonte:DN)
Comentário: Tal como vimos em Geografia C a China não reconhece a independência de Taiwan, na mesma medida em que Taiwan se reconhece independente da China e isso tem causado alguns conflitos, como é agora o caso. As relações diplomáticas entre duas grandes potências como os EUA e a China, são sempre mantidas de forma muito susceptível, qualquer coisa serve para uma possível ruptura e uma ameaça de vingança o que prejudicara não só as potências como o mundo. A união da China com a Rússia e outras novas possíveis potências (os NPI) fazem temer um novo período de terror, mas como um objectivo diferente, derrotar os EUA reduzindo a sua influência no mundo, sinceramente é difícil dizer se isso é uma boa ou má ideia e se vai resultar bem ou mal, desde que não se avizinhe uma 3º Guerra Mundial, podem fazer o que lhes apetecer. Mais uma vez a ONU fica fragilizada com toda esta situação devido a posição permanente da China no conselho de segurança, se esta situação não se resolver rapidamente a ONU poderá voltar quase que a paralisar e a questão da Coreia e do Irão vão demorar a ter um fim.
Enfim, é o mal de estar tudo na mão destas potências…
1 comentários:
Boa análise Rita! É giro ver os todos podersosos EUA, de mansinho, a lidar com as garras cada vez mais afiadas da China!
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