A primeira norte-americana a ir ao espaço quer aumentar a representação das mulheres na área científica e tecnológica. Para debater estas questões, vai juntar em Silicon Valley várias mulheres, com carreiras de sucesso nestas áreas. Um debate que passa igualmente pelo objectivo de encontrar forma de tornar a própria ciência mais atractiva para os estudantes
Ficou conhecida por ser a primeira norte--americana a tornar-se astronauta. Agora Sally Ride abraçou outro desafio na sua vida. Depois de a Fundação Nacional para a Ciência ter divulgado que, nos EUA, as mulheres representam 46% da força laboral do mundo, mas com apenas 25% dos empregos na ciência, engenharia e tecnologia, Sally Ride garantiu à BBC News que traçou uma nova meta na sua vida: "Quero alterar esta situação."
No entender da cientista, "as mulheres representam 50% da população norte-americana, não nos podemos dar ao luxo de não alcançar esse grupo da melhor forma possível", explicou. No entender de Ride, os EUA não fazem da matemática e da educação científica uma prioridade, "o que é incrível quando eles dependem tanto delas".
O principal problema para esta discrepância nas estatísticas é a prevalência de vários estereótipos que parecem fazer vacilar as raparigas logo no 5.º ou 6.º ano, quando têm 10 a 12 anos. "Isto porque se tratam de áreas em que a indústria não é vista com a melhor imagem, as matérias parecem ser muito difíceis e as meninas acabam por não conseguir ver estas áreas no seu futuro", acrescenta.
Para debater estas e outras questões, Ride convidou um grupo de mulheres ligadas ao empreendedorismo, às empresas tecnológicas e organizações de promoção da educação feminina para uma mesa redonda em Silicon Valley. "Estamos a falhar na forma como ensinamos e, por isso, não conseguimos ensinar de forma a atrair os alunos", salientou Judy Estrin, directora executiva da consultora tecnológica Jlabs.
A antiga directora do departamento de tecnologia da Cisco vai mais longe e diz mesmo que é necessário que os pais "encorajem os filhos" a seguir estas áreas. "Não os obrigando, mas proporcionando--lhes experiências que podem ser divertidas, como ir a um museu ou visitas de estudo", acrescenta Estrin.
Já para Shelley Cargill, professora assistente de Biologia da Universidade de São José, na Califórnia, "é preciso tornar a ciência mais relevante no dia-a-dia e torná-la mais atractiva. Porque ela não é apenas o 'marrãozinho', são também os engenheiros químicos que descobrem compostos para fazer novos e mais seguros produtos cosméticos ou novos materiais sintéticos para a passadeira". Um desafio que, refere, deve também ser respondido pelos próprios cientistas, que devem dar a conhecer aquilo que fazem.
A necessidade de atrair mais estudantes para estas áreas é há muito apontada como um grande desafio das empresas lo-calizadas em Silicon Valley, que constantemente se queixam da falta de recur- sos qualificados em áreas relevantes.
Para o responsável pelo programa oficial de educação e diversidade da Exxon Mobil, "a matemática e a ciência são as essências da empresa". "Os nossos 14 mil engenheiros e cientistas usam-nas todos os dias, 365 dias por ano", acrescenta Truman Bell. Em dez anos, nos EUA, a Exxon Mobil gastou cerca de 36 milhões de euros em programas educativos, enquanto no último ano, a nível mundial, investiu cerca de 55 milhões de euros.
Aliás, a própria Administração Obama reconhece a necessidade de incentivar a educação na área científica. Por isso, no mês passado, lançou a iniciativa Educação para a Inovação, ao mesmo tempo que Barrack Obama se comprometeu a aplicar 3% do produto interno bruto à inovação e desenvolvimento.(Fonte:DN)
No entender da cientista, "as mulheres representam 50% da população norte-americana, não nos podemos dar ao luxo de não alcançar esse grupo da melhor forma possível", explicou. No entender de Ride, os EUA não fazem da matemática e da educação científica uma prioridade, "o que é incrível quando eles dependem tanto delas".
O principal problema para esta discrepância nas estatísticas é a prevalência de vários estereótipos que parecem fazer vacilar as raparigas logo no 5.º ou 6.º ano, quando têm 10 a 12 anos. "Isto porque se tratam de áreas em que a indústria não é vista com a melhor imagem, as matérias parecem ser muito difíceis e as meninas acabam por não conseguir ver estas áreas no seu futuro", acrescenta.
Para debater estas e outras questões, Ride convidou um grupo de mulheres ligadas ao empreendedorismo, às empresas tecnológicas e organizações de promoção da educação feminina para uma mesa redonda em Silicon Valley. "Estamos a falhar na forma como ensinamos e, por isso, não conseguimos ensinar de forma a atrair os alunos", salientou Judy Estrin, directora executiva da consultora tecnológica Jlabs.
A antiga directora do departamento de tecnologia da Cisco vai mais longe e diz mesmo que é necessário que os pais "encorajem os filhos" a seguir estas áreas. "Não os obrigando, mas proporcionando--lhes experiências que podem ser divertidas, como ir a um museu ou visitas de estudo", acrescenta Estrin.
Já para Shelley Cargill, professora assistente de Biologia da Universidade de São José, na Califórnia, "é preciso tornar a ciência mais relevante no dia-a-dia e torná-la mais atractiva. Porque ela não é apenas o 'marrãozinho', são também os engenheiros químicos que descobrem compostos para fazer novos e mais seguros produtos cosméticos ou novos materiais sintéticos para a passadeira". Um desafio que, refere, deve também ser respondido pelos próprios cientistas, que devem dar a conhecer aquilo que fazem.
A necessidade de atrair mais estudantes para estas áreas é há muito apontada como um grande desafio das empresas lo-calizadas em Silicon Valley, que constantemente se queixam da falta de recur- sos qualificados em áreas relevantes.
Para o responsável pelo programa oficial de educação e diversidade da Exxon Mobil, "a matemática e a ciência são as essências da empresa". "Os nossos 14 mil engenheiros e cientistas usam-nas todos os dias, 365 dias por ano", acrescenta Truman Bell. Em dez anos, nos EUA, a Exxon Mobil gastou cerca de 36 milhões de euros em programas educativos, enquanto no último ano, a nível mundial, investiu cerca de 55 milhões de euros.
Aliás, a própria Administração Obama reconhece a necessidade de incentivar a educação na área científica. Por isso, no mês passado, lançou a iniciativa Educação para a Inovação, ao mesmo tempo que Barrack Obama se comprometeu a aplicar 3% do produto interno bruto à inovação e desenvolvimento.(Fonte:DN)
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