quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Obama compra prisão para terroristas de Guantánamo...

Os detidos mais perigosos serão transferidos para uma prisão de alta segurança a 240 quilómetros de Chicago. Presidente desafia o Congresso e os americanos que recusam ter a Al-Qaeda "no seu quintal", mas dá um passo decisivo para fechar o símbolo da tortura. Barack Obama ordenou à sua administração que compre uma prisão de alta segurança no Ilinóis para onde serão transferidos os terroristas mais perigosos de Guantánamo. O Presidente dos EUA desafiou a vontade do Congresso mas deu um passo decisivo para encerrar a prisão da ponta sul da ilha de Cuba.
O Centro Correccional de Thomson - localizada numa área rural ao largo do Mississipi, 240 quilómetros a oeste de Chicago - receberá entre 35 e 90 terroristas considerados muito perigosos e que ficarão detidos indefinidamente. Ao lado haverá um tribunal militar onde decorrerão os julgamentos de excepção.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, e o secretário da Defesa, Robert Gates, revelaram que a prisão vai ser alvo de obras que a farão mais segura do que as prisões de segurança máxima nos EUA. Os dois garantiram ainda que Obama não tem intenção de libertar detidos em território americano.
Guantánamo é um símbolo da tortura que alimenta o ódio contra os EUA e é usado pela Al-Qaeda como um pretexto para recrutar terroristas. Obama prometeu encerrar a prisão até Janeiro de 2010 e assinou a ordem executiva um dia depois de ter tomado posse. Mas em Novembro admitiu que o prazo não será cumprido.
A administração não conseguiu encontrar solução para os mais de 200 homens que ali continuam detidos. Há uma semana Gates anunciou que o Executivo está pronto a transferir 116 detidos ilibados. Alguns regressarão aos seus países, outros esperam por um país que lhes dê asilo.
França, Reino Unido, Iémen e Bermudas já receberam alguns. Portugal também acolheu dois sírios. Mas a maioria dos aliados europeus fechou as portas com o argumento de que os americanos não os recebem no seu território.
Nos EUA, além da oposição republicana, há uma forte corrente da opinião pública que não quer os "terroristas no quintal". Pressionado pela rua, o Congresso cortou o financiamento até conhecer em detalhe o seu plano e proibiu a libertação e transferência de suspeitos em solo americano. A decisão do procurador-geral de julgar os cérebros dos atentados de 11 de Setembro num tribunal de Nova Iorque provocou polémica. Mas nas últimas semanas os democratas deram sinais de abertura.
Obama informou ontem por carta o governador do Ilinóis, Pat Quinn, da escolha da prisão de Thomson, após meses de debate pelos responsáveis da Administração. O Ilinóis foi o estado que elegeu Obama senador e Chicago foi a cidade onde ele viveu desde os anos 1980 e onde festejou a vitória nas presidenciais em 2008.
Quinn fez campanha pela venda da prisão, que custou 82 milhões de euros aos cofres estaduais e está em parte desocupada. O centro de detenção criará 3800 empregos numa das áreas mais pobres do Estado. Ainda assim, os republicanos contestam a decisão porque dizem que a transferência dos detidos ameaça tornar o Ilinóis num alvo para terroristas. (Fonte:DN)

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